23 de janeiro de 2011

Não consigo resistir a escrever sobre você. Você e seu jeito confuso. Você e esse seu rosto. De onde você tirou esse rosto? Meu Deus, aonde foi que você aprendeu a me olhar assim? Vai, Toma, Leva. Me emprestei um pouco, agora leva o resto. Não tenho o que fazer com o que restou de mim. Olha, amo você. Não te conheço, mas amo. Assim como amo minha loucura. Me entende? Eu sei que sim. Porque você é mais louco que eu, achei alguém mais louco e lindo que eu. E você escreve, meu deus. Escreve lindo, suas palavras são tão eternas que eu poderia morar nelas e ser cada letrinha da sua frase. Me salva no seu computador, escreve uma história linda pra me matar de vez. Nossa loucura junta nos salva. Você me salva. Você ama meu lado obscuro, você ama quando eu fico brava, você ama o que há de pior em mim. Aonde já se viu? Então leva. Me leva e não devolve. Me leva e constroi um bar, vamos ler John Fante, ficar bêbados de Rimbaud, vamos fazer alguma coisa grave porque nada mais nos resta. Te resta? Eu te resto. Eu e nossa loucura. Nossos planos foram reduzidos a pó. Junta nosso lixo, joga tudo fora. Não temos nada pra sonhar. Mas temos vida, um coração que ainda bate. Temos nossa falta de juízo, nossas palavras, nossos livros e uma imaginação sem fim. Será que preciso mais?

Fernanda Mello

Um comentário:

Brunna disse...

que texto fofo *o*